No dia 27 de maio, andando pela Praça do Campo Grande em Salvador, parei para ver o movimento dos fãs de Ivete Sangalo que se aglomeravam na entrada do condomínio onde mora a cantora. Lembrei dos anos 80 e do sucesso popular de Gal Costa, que morava no mesmo prédio. Frevos no carnaval, programas de TV, capas de discos... Imaginei os fãs de Ivete exibindo LPs como estandartes, ilustrando e colorindo aquela tietagem performática. Pensei em entrar no meio deles com meus colegas da UFBA empunhando vinis de Gal Costa... Desde esse dia passei a levar os elepês de Gal para passear comigo, para que respirem novamente os ares das ruas onde, em outros tempos, transitavam das lojas para as casas, das casas para as festas, para outras casas, escolas... Além da arte e da perfomance, confesso que essa ação consiste basicamente em algo que não cabe em mim sozinho e por isso divido, tornando-me exposição ambulante pelas ruas das cidades e convidando as pessoas para interAÇÕES originais onde quer que estejam e sem manual de instruções. A ação terminou quando a musa lançou seu disco "recanto" em dezembro de 2011.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

11 de outubro - autorretrato

terça-feira
Autorretrato com os elepês de Gal
lendo, pensando, anotando
com pena 
com amor
trocando energia com o mar
devolvendo ao mar
pedindo ao sol 
dando um rolê para ouvir apenas quem já dizia...
porque eu levo a câmera comigo, sempre.
 É registro de performance?
A presença da câmera é a própria ação
fotografar também.
fotografar com os discos de Gal.
A busca da imagem, o processo
um diálogo entre o real e o virtual.
Desde maio minha vida também é meu objeto
os elepês de Gal, minha poesia...
a síntese, sua voz
que também é minha bússola
e minha desorientação... 

 

autorretrato